Editora de brasileira sediada na França estreia com tradução de obra do escritor Wesley Barbosa
Rouge favela, de Wesley Barbosa, marca a estreia de BR Marginalia, editora da brasileira Nichelle Teles dedicada a traduzir obras de escritores periféricos afro-brasileiros na França.
Publicado primeiramente em português em 2022 como Viela ensanguentada pela editora Ficções, o livro segue a narrativa de Mariano, um jovem negro que mora em uma favela de São Paulo e sonha em se tornar escritor para contar sua própria história. O livro vem sendo trabalhado em sala de aula por professores da rede pública e no ano passado foi tema de um concurso público da prefeitura de Guarapaes, SP.
Wesley Barbosa é escritor periférico de Itapecerica da Serra, e exerce a escrita desde seus 9 anos. Publicou 7 livros e vendeu mais de 10 mil exemplares de suas obras de forma totalmente independente, seja vendendo nas ruas e bares, pelas redes sociais ou em feiras literárias.
Com tradução de Alain François, revisão de Vincent Achour e Nichelle Teles, e correção de Gayané Zavatto, Rouge favela inicia os trabalhos de Teles dedicados à tradução francesa de escritores brasileiros, especialmente de culturas afro-brasileiras periféricas e quilombolas, que encontram-se à margem dos circuitos literários tradicionais.
A editora pretende lançar duas publicações por ano, e busca “quebrar a norma imposta pelo mercado editorial em que vozes periféricas não são consideradas legítimas de serem publicadas porque não respeitam a “norma culta”. Quero publicar textos que sejam acessíveis a todes, tanto na linguagem e conteúdo, quanto no valor”.
A capa de Rouge favela é composta pela colagem “Seu mundo”, obra de Francisco Mesquita, artista periférico de Alto do Monte - Olinda, Pernambuco. Teles afirma que os próximos lançamentos também contarão com obras de artistas que dialogam com os escritores, em poética e trajetória. A diagramação desta primeira publicação foi realizada pela designer gráfica May Solimar.
A BR Marginalia é baseada em Marselha, cidade mais antiga da França. “A criação desta editora é de uma certa forma uma homenagem à Carolina Maria de Jesus, minha maior referência de literatura marginal”, afirma Teles. A fundação de BR Marginalia foi apoiada por Baptiste Lanaspeze, fundador da editora Wildproject, e teve aconselhamento editorial de Georgia Froman. Para a criação do logo da editora, contou com o trabalho de Preta Ilustra.
Rouge favela será lançado em junho e será vendido exclusivamente pelo site da editora, nas ruas e bares de Marselha. A partir de setembro, mês dos lançamentos literários na França, o livro estará disponível nas livrarias.
Wesley Barbosa é um escritor natural da periferia de Itapecerica da Serra, em São Paulo e autor de sete livros vendidos de mão em mão pelas ruas e feiras literárias. Foi através do Instagram que divulgou e vendeu seus livros para todo o Brasil. O escritor começou publicando uma coletânea de contos intitulada "O diabo na mesa dos fundos", livro editado pelo escritor Ferrez.
Em 2022 o escritor lançou "Viela Ensanguentada" seu romance de estreia que em menos de um mês vendeu 10 000 exemplares.
Atualmente o escritor e editor da Barraco Editorial prepara o lançamento do livro: Maria Firmina dos Reis, presente! de Lena Roque e Marcelo Ariel, peça-inovação da presença da negra Maria Firmina dos Reis, autora do romance Úrsula(1859) onde os pensamentos de seus textos e poemas foram corporificados em uma reconstrução poético-ficcional do que seria um encontro do público com a escritora e professora maranhense falecida em 1917.
Sobre Nichelle Teles
Nichelle Teles cursou Letras na Universidade de São Paulo - USP, e formou-se em Edição e biblioteconomia, na Université d’Aix-Marseille. Estagiou na Biblioteca Mário de Andrade e na Biblioteca Brasiliana. Filha de mãe solo, começou a trabalhar aos 13 anos como caixa no restaurante de sua mãe - baiana que migrou para São Paulo. Depois foi babá, diarista, restauradora de livros, garçonete, mediadora cultural, bibliotecária, vendedora - atividades que consolidaram o sonho de abrir sua própria editora. Vive e trabalha em Marselha há 6 anos, e o sonho de estudar na França contou com a ajuda de um financiamento coletivo. Atualmente faz parte da equipe da editora Wildproject, especializada em ecologia.
Sobre Francisco Mesquita
Francisco Mesquita nasceu na cidade de Barreiros em Pernambuco. Reside na comunidade do Monte, em Olinda, e é licenciado em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Iniciou sua carreira artística em 2020 e se considera essencialmente um retratista, usando suas memórias biográficas da comunidade onde vive e seu processo de empoderamento como negro de periferia. Utilizando materiais recicláveis como recortes de revista, alumínio, portas, paletes, lacres de latinhas e papelão, o artista aborda fortemente o tema da sustentabilidade em suas obras. Foi um dos artistas selecionados para compor a exposição itinerante Favela em Fluxo 2024.
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Nichelle Teles Colunista
Rouge favela, de Wesley Barbosa, marca a estreia de BR Marginalia, editora da brasileira Nichelle Teles dedicada a traduzir obras de escritores periféricos afro-brasileiros na França.
Publicado primeiramente em português em 2022 como Viela ensanguentada pela editora Ficções, o livro segue a narrativa de Mariano, um jovem negro que mora em uma favela de São Paulo e sonha em se tornar escritor para contar sua própria história. O livro vem sendo trabalhado em sala de aula por professores da rede pública e no ano passado foi tema de um concurso público da prefeitura de Guarapaes, SP.
Wesley Barbosa é escritor periférico de Itapecerica da Serra, e exerce a escrita desde seus 9 anos. Publicou 7 livros e vendeu mais de 10 mil exemplares de suas obras de forma totalmente independente, seja vendendo nas ruas e bares, pelas redes sociais ou em feiras literárias.
Com tradução de Alain François, revisão de Vincent Achour e Nichelle Teles, e correção de Gayané Zavatto, Rouge favela inicia os trabalhos de Teles dedicados à tradução francesa de escritores brasileiros, especialmente de culturas afro-brasileiras periféricas e quilombolas, que encontram-se à margem dos circuitos literários tradicionais.
A editora pretende lançar duas publicações por ano, e busca “quebrar a norma imposta pelo mercado editorial em que vozes periféricas não são consideradas legítimas de serem publicadas porque não respeitam a “norma culta”. Quero publicar textos que sejam acessíveis a todes, tanto na linguagem e conteúdo, quanto no valor”.
A capa de Rouge favela é composta pela colagem “Seu mundo”, obra de Francisco Mesquita, artista periférico de Alto do Monte - Olinda, Pernambuco. Teles afirma que os próximos lançamentos também contarão com obras de artistas que dialogam com os escritores, em poética e trajetória. A diagramação desta primeira publicação foi realizada pela designer gráfica May Solimar.
A BR Marginalia é baseada em Marselha, cidade mais antiga da França. “A criação desta editora é de uma certa forma uma homenagem à Carolina Maria de Jesus, minha maior referência de literatura marginal”, afirma Teles. A fundação de BR Marginalia foi apoiada por Baptiste Lanaspeze, fundador da editora Wildproject, e teve aconselhamento editorial de Georgia Froman. Para a criação do logo da editora, contou com o trabalho de Preta Ilustra.
Rouge favela será lançado em junho e será vendido exclusivamente pelo site da editora, nas ruas e bares de Marselha. A partir de setembro, mês dos lançamentos literários na França, o livro estará disponível nas livrarias.
Sobre Wesley Barbosa
Em 2022 o escritor lançou "Viela Ensanguentada" seu romance de estreia que em menos de um mês vendeu 10 000 exemplares.
Atualmente o escritor e editor da Barraco Editorial prepara o lançamento do livro: Maria Firmina dos Reis, presente! de Lena Roque e Marcelo Ariel, peça-inovação da presença da negra Maria Firmina dos Reis, autora do romance Úrsula(1859) onde os pensamentos de seus textos e poemas foram corporificados em uma reconstrução poético-ficcional do que seria um encontro do público com a escritora e professora maranhense falecida em 1917.
Nichelle Teles cursou Letras na Universidade de São Paulo - USP, e formou-se em Edição e biblioteconomia, na Université d’Aix-Marseille. Estagiou na Biblioteca Mário de Andrade e na Biblioteca Brasiliana. Filha de mãe solo, começou a trabalhar aos 13 anos como caixa no restaurante de sua mãe - baiana que migrou para São Paulo. Depois foi babá, diarista, restauradora de livros, garçonete, mediadora cultural, bibliotecária, vendedora - atividades que consolidaram o sonho de abrir sua própria editora. Vive e trabalha em Marselha há 6 anos, e o sonho de estudar na França contou com a ajuda de um financiamento coletivo. Atualmente faz parte da equipe da editora Wildproject, especializada em ecologia.
Francisco Mesquita nasceu na cidade de Barreiros em Pernambuco. Reside na comunidade do Monte, em Olinda, e é licenciado em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Iniciou sua carreira artística em 2020 e se considera essencialmente um retratista, usando suas memórias biográficas da comunidade onde vive e seu processo de empoderamento como negro de periferia. Utilizando materiais recicláveis como recortes de revista, alumínio, portas, paletes, lacres de latinhas e papelão, o artista aborda fortemente o tema da sustentabilidade em suas obras. Foi um dos artistas selecionados para compor a exposição itinerante Favela em Fluxo 2024.
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